sábado, 2 de maio de 2009

AS AVENTURAS DE FRED, O MISSIONÁRIO

Ao receber e ler esta peça que fala sobre PERSEGUIÇÃO A CRISTÃOS, fui buscar informações atualizadas sobre o fato. Recomendo Visitar o site Portas Abertas - Contém muita informação sobre as perseguições que são classificadas em: Perseguição severa; Opressão; Limitações severas; Algumas limitações e Alguns problemas

Resumo
2 agentes do serviço secreto entram em contato com um missionário e aprendem sobre o patrão deles, Jesus. Ao invés de torturá-lo, eles passam a entender o amor de Jesus.
Local
um país comunista.
Personagens
Allan: 25 anos. Agente secreto, ríspido, inflexível que trabalha para o governo.
Cláudio: 20 anos. Agente secreto. Mais jjavascript:void(0)ovem que Allan, mas também rígido.
Fred: 19 anos. Missionário que está desempenhando uma missão secreta que é a de contrabandear Bíblias para o país.


Roteiro
Esta peça divide-se em entrevistas e ações. É muito simples no estilo “Linha direta”. No momento da entrevista os atores estarão relatando para a platéia a história e nos momentos de ação, irão representar a cena do que aconteceu.

As luzes acendem. Allan e Cláudio estão assentados em cadeiras viradas para frente como se estivessem sendo entrevistados (Chamaremos de entrevista toda vez que os atores interagem com a platéia, ou seja, direcionam o texto para eles).

ENTREVISTA
Allan: Bem, a primeira vez que eu encontrei o garoto, eu era funcionário do aeroporto. Naquela época, nunca pensei que fosse vê-lo novamente.
Cláudio: Nós dois trabalhávamos no aeroporto.
Allan: Aquele foi o meu primeiro dia de trabalho, e ele estava contrabandeando cerca de 100 Bíblias.
Cláudio: Eram 96.
Allan: Bem, ele contrabandeava através da fronteira. Ele as prendia ao redor do corpo, nos braços e nas pernas. Quando nós o vimos outra vez alguns dias depois, eu havia sido recrutado para trabalhar na...
Cláudio: Polícia secreta.
Allan: Sim, o serviço secreto do governo. Nós éramos agentes do governo. Nós fomos enviados para examinar a propaganda que este sujeito estava distribuindo. Eu e o Cláudio.
Cláudio: Cláudio sou eu.
Allan: Cláudio e eu fomos ao apartamento onde o sujeito morava.
Cláudio: Ele esqueceu de dizer que se chama Allan.
Allan: Sim, sou eu. Nós pensamos que era uma missão de rotina. Somente um interrogatório normal.

AÇÃO
Mudança de luz e música....

Allan: Então Cláudio, o que você acha que iremos encontrar? Capitalistas, revolucionários?
Cláudio: Sim, capitalistas.
Allan: Provavelmente alguém distribuindo propaganda política? E você sabe o que é que nós fazemos com estas pessoas, não é Cláudio?
Cláudio: Sim! Isto é, o que é que nós fazemos com estas pessoas, Allan?
Allan: Bem... nós...
Cláudio: Nós as prendemos?
Allan: É claro! Nós as prendemos para...
Cláudio: Interrogatório?
Allan: Sim, exatamente o que eu estava pensando. Aparentemente este sujeito está distribuindo este tipo de propaganda e nós precisamos prendê-lo, descobrir do que se trata, para quem ele trabalha e quem é ele.
Cláudio: Sem problema.
Allan: Então, no “3” nós agimos... (preparam-se para derrubar uma porta que pode ser uma sala ao lado)
Allan: Um...
Cláudio: Um...
Allan: Dois...
Cláudio: Dois...
Allan: Três!

Os dois entram pela porta, que é fechada em seguida. Ouve-se o som de tumulto atrás do palco e depois eles voltam em cena trazendo Fred meio inconsciente. As luzes se acendem no outro lado do palco onde há uma cadeira. Fred é amarrado a ela.
(corte para entrevista)
Fred fala mesmo amarrado enquanto Allan e Cláudio estão como estátuas só voltando ao normal no final da fala de Fred.

Fred: Nós éramos um grupo de missionários, meus amigos e eu; bem, era o que nós fazíamos naquela época. Nós íamos contrabandear Bíblias para a igreja daquele país. Era um trabalho empolgante e era tudo para a glória de Deus. Eu gostava muito do que fazia, quando eles me capturaram. Cláudio e Allan não eram pessoas agradáveis na época, mas tudo agora é passado e eles são pessoas muito boas de se conviver.
(Descongela e volta á ação)
Fred: O que aconteceu?... Oh, não, eles me pegaram.
(uma luz brilha sobre a cabeça de Fred, no estilo de interrogatório).
Cláudio: Bom dia!
Allan: Bom dia senhor, nós somos agentes do governo, não tente fugir. Ninguém sabe onde você está, ninguém pode ajudá-lo agora.
Fred: Estou ouvindo.
Allan: Queremos fazer algumas perguntas.
Fred: Tudo bem.
Allan: Qual é o seu nome?
Fred: Me chamo Fred.
Allan: Certo. O que você faz aqui neste país?
Fred: Bem, eu sou um missionário.
Cláudio: Um mercenário?
Fred: Não, somente um missionário.
Allan: Ah, e o que faz um missionário?
Fred: Bem, atualmente eu tenho a missão de contrabandear Bíblias para o país.
Allan: Para quem você trabalha? Responda com cuidado, se nós descobrirmos que você está mentindo...
Fred: Eu trabalho para Jesus.
Allan: Ah, e este "tal de Jesus", quanto ele te paga?
Fred: Nada.
Cláudio: Nada?
Fred: Bem, na verdade, ele não negocia com dinheiro.
Allan: Não negocia com dinheiro? Então ele negocia com o quê? Diamantes? Drogas?
Fred: Jesus? Oh, não, ele negocia com Amor.
Allan: Amor?
Cláudio: Deve ser uma nova moeda, assim como o Euro.
Allan: E quanto deste Amor ele está dando para você?
Fred: Jesus me ama muito. Na verdade, incondicionalmente.
Allan: Entendo. Nós encontramos 96 destes livrinhos. (mostra uma caixa que Cláudio havia colocado sobre uma mesinha) Que livros são estes?
Fred: São Bíblias. Novos testamentos, na verdade.
Allan: O que eles contêm? Propaganda política? Assunto do regime capitalista?
Fred: Não, são livros sobre Deus e Jesus.
Allan: Quem escreveu este livro? Cláudio leia um deles e descubra algo sobre este Jesus.
Cláudio: (pega uma Bíblia e começa a virar as páginas)
Allan: Ah, Deus... Eu já ouvi falar neste nome. Envolvido em subversão... E este Jesus deve trabalhar para ele. Agora tudo está começando a fazer sentido.
Fred: Bem... Eu...
Allan: Vocês devem estar querendo derrubar o governo deste país... Admita!
Fred: Não!
Allan: Quem mais está envolvido?
Cláudio: Allan olhe aqui, eu encontrei os nomes dos agentes deste Jesus! Estranho... Aqui não cita nenhum Fred.
Allan: Aha! Agora saberemos tudo. Quem são os agentes?
Cláudio: Bem, aqui diz Pedro, André, Tiago, João... São chamados de os doze... Está tudo aqui!
Allan: Estes nomes devem ser um código. Entregue para o nosso agente decodificador, imediatamente.
Cláudio: Está bem!
Fred e Allan “congelam”, Cláudio sai para outro lado, senta com a Bíblia na mão e começa a falar enquanto rola um fundo musical (música de mudança de vida).

Cláudio: Jesus, Jesus, Jesus, tem alguma coisa nesse nome, eu acho. Da primeira vez que vi Fred, ele parecia um bom garoto, não o tipo envolvido em derrubar o governo ou mesmo espalhar propaganda subversiva... Ou o que for. Estou observando o Allan um bocado. Ele é bastante infexível, mais esperto do que eu. Mas, eu acho, talvez ele não tenha entendido direito desta vez...

No que parar a música descongela e volta à ação dos 3.

Obs: Fred não está mais congelado e observa os comentários de Allan e Cláudio.

Allan: Então?
Cláudio: Nós não conseguimos decodificar os nomes.
Allan: O código é difícil?
Cláudio: Sim, mas nós descobrimos algo sobre este Jesus!
Allan: Será que este é o nome verdadeiro dele?
Cláudio: (traz uma Bíblia) Bem, descobrimos de onde ele vem.
Allan: Hum, interessante.
Cláudio: Ele vem de Nazaré.
Allan: Nazaré? Onde é isto?
Cláudio: Acho que é uma província no Canadá.
Allan: Também acho.
Cláudio: Mas ele não nasceu lá, ele nasceu em Belém.
Allan: Be, o quê?
Cláudio: Vila de Belém.
Allan: O que mais?
Cláudio: Aparentemente ele fazia milagres!
Allan: O quê? Aí diz onde ele está agora? Deixe-me ver...
Cláudio: Ele diz aqui que Deus é o pai dele!
Allan: Puxa, você está certo, está tudo aqui. (os dois lêem a Bíblia ao mesmo tempo)
Allan: Este Jesus diz que ele e o pai...
Cláudio: ... São um! (olham-se incrédulos)
Allan: Isto é impossível.
Cláudio: O que mais você encontrou?
Allan: Aqui diz: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"
Congelam Allan e Cláudio. Fred ainda amarrado fala...
Fred: Eu achei aquilo bom, isto é, eles estarem lendo a Bíblia. Aquilo me fez sentir que eu havia realizado algo. Agora eles iriam encontrar a verdade, certo?
Descongelam Allan e Cláudio (de volta à ação)
Allan: Então...
Cláudio: Sim... então...
Allan: A verdade... Aha! Você planeja nos libertar do comunismo, não é? Com esta verdade?
(pausa) Allan e Cláudio andam de um lado para o outro alguns segundos.
Cláudio: Allan, você quer saber de uma coisa? Este nosso emprego não paga muito bem...
Allan: Nenhum emprego paga. Nós somos comunistas.
Cláudio: Eu sinto que o governo não nos dá o devido valor.
Allan: É mesmo.
Cláudio: Você tem família aqui?
Allan: Alguns primos distantes... e você?
Cláudio: Não tenho.
Allan: Bem... é bom saber.
Cláudio: É bom?
Allan: Sim, porque se quisermos deixar o país...
Cláudio: E ser livres...
(Cláudio e Allan olham para Fred. Corte para entrevista – mudança de luz e música).
Allan: Bem, quando ele nos falou a verdade, nós estávamos...
Cláudio: Desapontados.
Allan: É, desapontados. Como poderíamos saber que esse cara, Jesus, estava morto há, o quê...
Cláudio: Dois mil...
Allan: Dois mil anos. De qualquer jeito, eu teria que torturar Fred, principalmente após ter nos dito isso.
Fred: Bem, quando eles ouviram que Jesus estava morto, eles ficaram... nervosos.

(Volta para ação. Allan e Cáudio estão nervosos)

Allan: Cláudio, pegue o alicate, temos um engraçadinho. (O alicate é como um carregador de baterias)
Fred: Não, estou dizendo, Ele está vivo, Ele ressuscitou. É verdade! Deus não morreu!
Allan: Ah, e Cláudio, você tem uma bateria?
Cláudio: Bem aqui. (Mostra uma bateria)
Allan: Ok, conecte o alicate...
Fred: Não!
Cláudio: Pronto.
(Allan pega o alicate e prepara para “zapear” Fred)
Allan: Talvez você queira nos dizer quem são seus amigos, talvez eu mude de idéia.
Fred: Não, eu nunca...
(Allan ergue o alicate)
Fred: Tá bom, tá bom! Eu digo.
Allan: Quais são seus nomes?
Fred: She-ra, er... He-man, e o da cara feia? Ah sim, Esqueleto!
Cláudio: Ei, eu assistia a esse programa!
Allan: Shhhhhhh!!!!!
Cláudio: Mas eu sempre gostei mais dos Smurfs...
Allan: (Ergue o alicate novamente) Vou te dar três segundos para me dizer a verdade. Um...
(Cláudio está pensando)
Allan: Dois... (Ergue mais o alicate) Três...
(Fred fecha os olhos esperando o choque)
Cláudio: Espere Allan!
(Fred respira aliviado, Allan baixa o alicate)
Cláudio: (Sinaliza para que Allan se aproxime, os dois cochicham um pouco, Allan sorri e eles parecem chegar a um acordo)
Allan: Eu gostei.
Cláudio: Eu também.
Allan: Acho que o chefe vai ficar satisfeito.

(Corta para entrevista)

Fred: Eu fiquei muito agradecido por eles terem mudado de idéia – pelo menos foi o que pareceu – e me deixaram ir. Eu voltei para a igreja e a distribuição de Bíblias...
Allan: Nós o seguimos, e o pegamos junto com seus amigos. Ele não foi muito esperto, pelo menos foi o que eu pensei.
Fred: Eles me interrogaram, de novo, e aos meus amigos. Eu me senti um tolo por não pensar que me seguiriam, mas você não tem que ser muito inteligente para ser missionário. Eu não sei bem como começou mas...
Allan: ...depois de um tempo, observando esses garotos...
Fred: ...eles tiveram uma mudança de coração. E desta vez de verdade.
Allan: Quando vimos como esses garotos eram devotados ao seu Jesus, começamos a sentir que estávamos...
Cláudio: Tivemos a sensação de que estávamos...
Fred: Eu acho que eles descobriram que estavam...
Todos: ...do lado errado.
Fred: Foi aí que eles mudaram.
Allan: Esse pessoal tinha liberdade, mesmo quando não eram livres.
Cláudio: Allan e eu começamos a pensar, e descobrimos que o fato de vivermos em um país comunista não é tão mal, se pudermos ter alguma alegria, mesmo sendo perseguidos, como esses garotos.
Allan: Esses garotos se importaram.
Fred: Bem, eles nos libertaram, o que foi legal.
Allan: Uma semana depois, perdemos nossos empregos por isso.
Cláudio: Voltamos a trabalhar na alfândega do aeroporto.
Fred: E agora, toda vez que chegamos, meus amigos e eu...
Cláudio: Quando vemos Fred e sua “gangue” na alfândega...
Fred: Eles não nos revistam, mesmo quando percebem que estamos carregados de... (ergue uma Bíblia)
Allan: Simplesmente os deixamos passar.

(Allan e Cláudio sorriem e acenam, as luzes apagam.)

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