sábado, 2 de maio de 2009

DIA DAS MÃES (ADOLESCENTES)

Júlia a irmã mais velha da casa, tem a missão de “substituir” sua mãe por dois dias, enquanto esta está em viagem com o Coro.
O que a princípio parecia um super negócio (mandar em tudo), acaba se transformando num verdadeiro desastre.
Além de ser uma homenagem ao Dia das Mães, a peça tem por objetivo mostrar a postura de uma mãe (atenciosa, conselheira, dona de casa) e refletir sobre a essência disso tudo: O amor.
Personagens:
Neusa (mãe), Júlia, Lívia e Clara (as filhas).
A mulher sábia edifica a sua casa (Pv. 14:1a)
Clara chega do colégio e vai direto ver TV, lá encontra um bilhete da mãe...
Clara: Vou viajar com o coro, volto amanhã à noite, amo vocês, beijos, mamãe. Eeeeee vidão em Dona Neusa... Nossa! Dois dias sem ninguém para pegar no pé, vou assistir televisão até enjoar, uruh.
Lívia: E mais uma vez eu digo sim, e mais uma vez me rendo a esse amor, a esse olhar... ???
Clara: Sai da frente!
Lívia: Ai Clara, você ainda tem muito o que aprender mesmo, enquanto você fica ai vendo besteiras na televisão, eu estou vivendo um grande amor.
Clara: Tá doente?
Lívia: É sério, tem um menino na Igreja que está apaixonado por mim.
Clara: Quem é o doido?
Lívia: O lindinho do Thiago.
Clara: Mas ele sabe disso?
Lívia: Annnn, ainda não, mas um dia ele descobre está profundamente apaixonado por mim.
Clara: Ah Senhor, essa menina não pode ser minha irmã...
Júlia: Ow, ow, vamos parar de discussão, por que quem manda agora aqui sou eu!
Lívia: Oh a outra, eu que tô apaixonada e ela que viaja...
Júlia: Não Lívia, quem viajou foi a mamãe, e como eu sou a filha mais velha, fico no lugar dela, então, pode tratar de me obedecer, eu quero tudo no lugar!
Lívia: E quem foi que disse heim?
Clara: Dá para vocês ficarem quietas porque eu estou tentando assistir televisão.
Júlia: Que televisão que nada, vai fazer lição de casa, vai, vai...
Clara: Tá doente?
Lívia: Isso aeh Júlia, não é porque a mamãe viajou que você vai mandar na gente não.
Clara: Isso ai!
Júlia: O de menor, fica quieta que pequena desse jeito você tem o direito de obedecer e agradecer.
Lívia: Então já que você tá no lugar da mamãe, cadê o jantar heim?
Júlia: Jantar, que jantar?
Clara: É isso ai, eu também tô com fome.
Júlia: A tá o jantar né... hum já sei! Como eu sou uma pessoa muuuuito moderna, vou pedir uma pizza!
Clara: Nossa, tô impressionada com tamanha inteligência!
Lívia: Sua preguiçosa!
Júlia: Que preguiçosa o que! Me respeita menina!
Clara: Nem vem Júlia, se você vai ocupar o lugar da mamãe tem de fazer igual a ela, e ela sempre faz janta.
Júlia: Tá bom, tá bom, eu vou fazer essa janta, suas desesperadas.
Lívia: Eu quero comer panqueca!
Clara: Isso aeh, de frango e de carne.
Júlia: Nem vem, eu vou fazer arroz com ovo, e olhe lá.
Lívia: A mamãe faria...
Júlia: Mas eu não sou a mamãe...
Clara: Mas tá no lugar dela...
Júlia: (Sai resmungando) Tá bom, tá bom, eita que desse jeito eu enloqueço!
Lívia: Você acha mesmo que vai sair alguma coisa?
Clara: Lógico né... sujeira!
Lívia: Apesar que eu não tô nem ligando, o importante é que o Thiago me ama...
Clara: Vai sonhando...
Lívia: E mais uma vez eu digo sim, eu mais ???... (E começa a escrever no caderno) ... olha só que lindo.
Clara: Lívia e Thiago, que original!
Júlia: Ai, eita, eca, que nojo!
Lívia: Júlia... Júlia, tá viva?
Júlia: Ai que nojo! (vem suja de farinha)
Clara: Eu não posso ser dessa família...
Lívia: O que aconteceu?
Júlia: Sei lá a massa da panqueca voou toda.
Clara: Você colocou a tampa?
Júlia: É mesmo né, bem que eu vi que tava faltando alguma coisa... mas deixa isso pra lá, vamos comer pizza?
Clara: Só se você deixar eu assistir TV até mais tarde.
Lívia: Mamãe não deixaria...
Júlia: Ah você só sabe falar isso é... tá bom, tá bom...
Clara: Uruh
Lívia: Já que vai comprar pizza, eu quero sorvete de chocolate branco.
Clara: Nossa, apoiadíssima!
Júlia: Nem vem, que o dinheiro que a mãe deixou não dá pra comprar os dois.
Lívia: Ah, então o dinheiro é da mamãe né, mistura que é bom, a senhora não compra né?
Júlia: Lívia eu não vou discutir com você, como quem manda aqui sou eu, eu decido como e onde vou gastar o dinheiro.
Lívia: Ah, faz o que você quiser!
Júlia: Faço mesmo, eu sou a dona da casa agora, esqueceu?
Lívia: Tô pouco me lixando...
Júlia: Ótimo! (e sai)
Lívia: E mais uma vez eu digo sim ???...
Júlia: Meninas, nosso jantar chegou.
Clara: Oba, manda pra cá!
Júlia: Larga de ser folgada menina, vem buscar.
Lívia: Nem vem, a mãe sempre trás e ainda limpa a bagunça.
Júlia: Ninguém merece viu! (trás a pizza batendo o pé)
Clara: Oh, delícia. (e joga o copo no chão).
Lívia: Valeu maninha, vou dormir.
Júlia: Nossa não dá para vocês fazerem menos bagunça não, eu já tô morta de cansaço.
Júlia vai recolhendo a bagunça e acaba colocando o caderno de Lívia dentro da caixa de pizza.
Júlia: E você o, não vai dormir não?
Clara: Agora não, vou assistir TV.
Júlia: Depois fica com um monte de besteira na cabeça e não sabe o porquê. (e sai)
Clara: Não sabe nem dizer... minha mãe explicaria que eu tenho que estudar ao invés de perder tempo com a TV que além de não ter muita coisa boa, mostra como se fosse certo o que a Bíblia condena, ai eu diria que não veria, e ela falaria, Clarinha, como a mamãe te ama! Bem melosa! Hehe ... eita mas como eu já sei disso não deveria ficar aqui... ah, deixa pra lá, é só um dia mesmo.
Lívia: Cof, cof, cof.
Júlia: Dá pra ficar quieta Lívia, eu quero dormir.
Lívia: Minha bronquite tá atacada.
Júlia: Problema teu, e eu tô com sono, fica quieta e vamos dormir.
Lívia: Mas eu não consigo...
Júlia: É só fechar o olho.
Lívia levanta resmungando: Minha mãe cuidaria de mim.
Júlia: Tá bom sua chorona. O que que você quer que eu faça?
Lívia: Ah, sei lá, eu fico no colo da mãe e ele vai dando uns tapas nas minhas costas...
Júlia: Tá bom, deita aqui... (Lívia tossindo) pá, pá, pá. (uns tapas fortes)
Lívia: Ai sua doida, quer jogar meu pulmão pra fora é, não é assim que a mamãe faz.
Júlia: É que eu não sou a mamãe.
Lívia: Já percebi isso.
No outro dia.
Júlia: Clara, acorda que nós estamos atrasadas.
Lívia: Aaaaaa (bocejo), que sono!
Clara: E eu tô com dor no pescoço, aiiiii (de dormir assistindo TV)
Júlia: Deixa que eu dou um jeito nisso. (E vira com tudo o pescoço de Clara)
Clara: Ai sua maluca, vai quebrar meu pescoço é, a mamãe arruma devagar.
Júlia: Já falei que eu não sou a mamãe!
Lívia: Cadê meu caderno Júlia?
Júlia: Eu que vou saber?
Lívia: Pois deveria foi você que arrumou a sala...
Júlia: Tudo eu, tudo eu, ajuda a procurar Clara.
Clara: Não duvido nada de você ter colocado dentro da pizza.
Júlia: Nem vem que eu sou maluca, mas não sou doida...
Clara abre a caixa de pizza e lá está o caderno e mostra com cara de “não disse”!
Júlia: Ai Senhor, essas meninas estão me endoidando.
Lívia: Ai, coitado do Thiago.
Júlia: Que Thiago menina, espirocou foi?
Lívia: Esse aqui oh, (e mostra o caderno aberto na página onde está escrito o nome deles).
Júlia: Lívia e Thiago, que ridículo! Que Thiago é esse?
Lívia: O da Igreja oras! Quem mais seria?
Júlia: Se liga o, o menino é dez anos mais velho que você e tem namorada! Sua burra!
Clara: Tô pronta, vamos logo.
Lívia fica para trás e sai resmungando: Mamãe não falaria assim comigo...
Elas voltam da aula.
Júlia: Ai que canseira!
Clara: O Júlia?
Júlia: Fala.
Clara: Hoje na escola a menina perguntou porque ela tinha que aceitar Jesus.
Júlia: Era só você responder que é porque somos pecadores, necessitamos de salvação e só Jesus pode salvar.
Clara: Isso eu sei, e falei pra ela, mas ela quer saber em que lugar da Bíblia tá escrito.
Júlia: Isso eu já não sei.
Clara: Mamãe saberia...
Júlia: Mamãe saberia, mamãe faria, mamãe isso, mamãe aqui, chega! Eu não sou a mamãe!
Clara: Claro que você não é, mamãe conhece a Bíblia, sabe cozinhar, não deixa eu ver o que não presta por mais que eu tente chantageá-la, cuida direito de nós quando estamos doentes e sabe aconselhar, já você acha que ser mãe é sói poder mandar...
Júlia: Some da minha frente menina, vai pro seu quarto.
Lívia: Oh Júlia!
Júlia: Que é você também? (bem brava)
Lívia: Nem vem brava pro meu lado que eu não te fiz nada sua grossa.
Júlia: Ta bom, desculpa, que que você quer?
Lívia: Me ensina a lição de matemática.
Júlia: (se sentindo) Claro eu sempre fui boa em matemática.... vejamos, tananam, tananam, ah disso eu não lembro não!
Lívia: Nossa mas nem pra isso você serve, coitado dos seus filhos viu...
Júlia: Ai Deus, dai-me paciência!
Lívia: Pede sabedoria que é melhor viu! (e sai)
Júlia: Ai eu não agüento mais. Como é que a mamãe atura essas chatas heim??? Nossa que cansaço, ser mãe é um verdadeiro CASTIGO!
Neusa: Que castigo filha? Você pôs suas irmãs de castigo?
Júlia: Mãe! Ai que saudades! Ai Graças a Deus a senhora voltou viu, eu já tava ficando doida!
Neusa: Porque filha?
Júlia: Ah sei lá mãe, é muito complicado tentar te substituir, como é que você tem paciência com gente?
Neusa: Eu amo vocês!
Júlia: Isso eu sei mãe, mas como é que você agüenta eu e as meninas?
Mãe: Justamente porque eu amo vocês, é que eu agüento tudo isso e ainda me sinto bem.
Júlia: Mas a gente não te dá nada...
Mãe: Mas vocês não precisam me dar nada para me verem feliz, eu fico feliz quando vejo vocês crescendo, aprendendo, quando pedem meu conselho ao invés de ir falar com a amiguinha, e principalmente quando vejo vocês aprendendo e seguindo a Palavra do Senhor.
Júlia: Mas a gente te dá muito trabalho...
Mãe: O trabalho cansa bastante filha, mas isso não entristece, o que entristece uma mãe é filho desobediente, respondão, boca suja e que despreza a mãe.
Júlia: Entendi, mas eu nunca seria uma boa mãe!
Mãe: Você vai ser sim filha! Para ser uma boa mãe basta ter temor a Deus, amor a família, força de vontade e disposição e claro que aprender a cozinhar e cuidar da casa ajuda né...
Lívia: Mãe! Que bom que você voltou, a Júlia quase matou a gente.
Júlia: Larga de inventar o, vocês é que quase me endoidaram.
Clara: Dá para vocês ficarem quietas. Mãe, feliz dia das mães!
Lívia: Eita é mesmo, é hoje né, parabéns mãe, por Ter uma filha tão boa como eu.
Júlia: Ai mãe desculpa nós não compramos presente.
Neusa: Não precisa filha.
Clara: Já sei, o que vamos te dar de presente! O que você acha Júlia.
Júlia: Ótimo, anram.
Começa uma seqüência de gesticulações, sempre apontando para mãe e tal...
Júlia: Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas.
(a mãe fica com cara de boba, sorrindo à toa)
Clara: O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro.
Lívia: Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Júlia: Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos.
Clara: É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão.
Lívia: E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.
Júlia: Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.
Clara: Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
Lívia: Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
Júlia: Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca.
Clara: Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas mãos.
Lívia: Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa estão vestidos de escarlate.
Júlia: Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu vestido.
Clara: Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os anciãos da terra.
Lívia: Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores.
Júlia: A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro.
Clara: Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.
Lívia: Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça. (É interessante, ela finalizar, viu Júlia!)
Júlia: Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo:
Clara: Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.
Neusa: Ai obrigada minhas menininhas!
Clara: Menos mãe, menos, que a gente já cresceu um bocado...
Neusa: Que Deus abençoe vocês minhas lindas e abençoe também a todas mulheres virtuosas, coroas de seus maridos, mães!

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