Esta peça foi escrita com inspiração divina o tem como objetivo alertar os filhos quanto ao tratamento para com seus pais, no sentido de estimulá-los a amar e valorizar os pais, enquanto os tem, além, é claro, de homenagear os papais.
Espero com esta que Deus abençoe de maneira grandiosa, tanto os que pretendem apresentar quanto aos seus espectadores. Toda honra, glória e louvor sejam dadas ao Pai, o Deus eterno !
Personagens:
José ( Pai )
Julia, Henrique, Camila, Carla, Sheila (Serão irmãos. É interessante que variem entre juniores ( 9-12 ) e jovens. Não precisa, necessariamente, ser essa quantidade de irmãos, nem mesmo um homem e quatro mulheres; os nomes e quantidades são apenas sugestão)
Tiago (namorado da Sheila, portanto, na mesma faixa etária dela )
Objetos necessários (sugeridos, na verdade, já que podem ser alterados os “afazeres“ de cada um):
Monitor e teclado de computador;
TV e Videogame;
Bicicleta Ergométrica, e
Livros e Cadernos
Cenário:
Casa
Cena 1:
Os filhos estão em casa. Júlia está vidrada na internet. Carla está fazendo exercícios (físicos). Camila, estudando. Henrique, jogando videogame. Sheila, com seu namorado. Cada um está em um canto “da casa“, compenetrado nos seus “afazeres“.
O Pai, José Machado da Cunha, retorna do trabalho, feliz por chegar em casa, porém, desejoso de conversar com os filhos ou, pelo menos, com um deles.
José: ( abre a porta de casa, alegre ) Boa noite pessoal, boa noite!
(Os filhos estão tão “concentrados“, que não reagem ao comprimento do Pai) (José então tenta conversar de maneira individual)
José: (se aproxima de Henrique) Oi filho, eu queria tanto...
Henrique: (interrompe seu pai, demonstrando certa irritação) Pô, pai, o senhor fez eu morrer! Olha aí! Eu estava quase conseguindo...
(José se afasta de Henrique e se aproxima de Carla)
José: Minha filha, você viu...
Carla: (interrompe seu pai, demonstrando irritação) Paaaaiiii! O senhor me fez perder a conta! Depois agente conversa.
(José, desolado, procura por Júlia)
José: Filha, o papai precisa...
Julia: (também o interrompe) Ah pai, agora eu tô na internet! Tô vendo o site aqui! Depois agente conversa....
(Assim o pai fez com todos os filhos, porém, nenhum deles lhe dá atenção. Na verdade, o pai queria apenas um abraço, porém, não recebe).
José: (desapontado, desabafa “para todos“) Filhos, vocês não podem fazer assim. Vocês precisam ter pelo menos um tempinho para falar com o Papai.(aponta para Julia) Essa menina agora fica o dia inteiro na internet. Não quer nem mais ir pra escola. Essa outra aqui (apontando para Carla ) colocou na cabeça que está gorda, que precisa emagrecer, e agora fica direto fazendo exercícios. A outra não tem mais tempo pra ninguém, só pensa em namorar. Assim não dá, gente.
(Porém, ninguém lhe “ ouve “, isto é, os filhos não lhe dão atenção ).
Carla: (prosseguindo em seus exercícios físicos) Pai, a conta do meu tênis chegou.
Henrique: Olha aí! Esse videogame falhou de novo! Pô, pai, tá na hora de compra um videogame novo! Esse aqui tá muito ruim... (continua jogando)
Julia: Eu também quero um computador novo. (idem)
Sheila: Pai, tô precisando de uma “graninha” pra ir ao cinema. (idem)
(José não responde. Decepcionado com sua família, decide escrever um bilhete).
José: (desabafa) Oh, meu Deus, onde foi que eu errei? Eu dei de tudo pra essas crianças...
(Começa a escrever... Depois de escrever e colocar o bilhete em local visível, sai de casa sem ser notado pelos filhos. Em seguida, Thiago vai embora. Sheila acompanha o namorado até a porta, depois, encontra o bilhete e o lê em voz alta).
BILHETE:
“Filhos, mais uma vez voltei para casa na esperança de vê-los, mas vocês não me deram atenção.
Mais um dia eu precisava muito falar com vocês, mas vocês não tiveram tempo para mim.
Mais uma vez, desejei um abraço, mas vocês não puderam me dar.
Infelizmente, sempre que preciso de vocês, vocês não podem me atender.
É engraçado...Quando vocês eram bebês, mesmo que cansado do serviço, eu dava atenção.
Mesmo com toda correria, eu sempre arrumava um tempinho para cada um de vocês.
Todas as vezes que vocês choravam, mesmo que fosse de madrugada, lá estava eu para socorrer; sempre que precisavam de alguma coisa, eu trabalhava até conseguir. Porém, agora.... vocês nunca tem tempo para mim.
Será que realmente sou importante para vocês ? Vocês realmente se importam comigo ?
Ass.: José Machado da Cunha “
Sheila: (para os irmãos) Gente, gente, vocês viram? O papai tá chateado.
(ninguém reage)
Sheila: Pessoal, eu tô falando sério! Ele está muito triste.
Carla: Pô, meu! Fica quieta aí! Eu tô estudando, você não tá vendo?
Sheila: Mas eu tô falando. O papai tá chateado com a gente.
Carla: Tá, ta, tá bom! Então vai lá atrás dele!
Sheila: O papai tá chateado.
Henrique: (irritado) Oh, você vai fazer eu errar meu....
(Sheila tenta falar com os demais, porém eles não “dão ouvidos“)
Sheila: (lamentando-se) Meu Deus, como fui insensível! :O papai tá precisando de ajuda. Perdoe-me, Senhor! Vou conversar com ele.
(José abre a porta e entra. Sheila fica feliz em revê-lo. Ele abre os braços para abraçá-la. Ela também repete o gesto, porém, Thiago, o namorado, chega logo atrás. Sheila corre para abraçar o namorado, José acha que ela irá abraça-lo, no entanto, ela passa por ele e abraça Thiago, logo atrás. José fica chateado, de braços abertos)
Sheila: (justificando-se) Pai, depois eu quero conversar com o senhor.
(José se decepciona e sai de cena).
José: (falando para a igreja, fora do palco/altar, à frente do público) Será que minha vida não vale nada pra eles? Meu Deus, os filhos crescem e ficam tão diferentes. Hoje é dia dos pais mas eu não quero presente, eu preciso apenas de um abraço... Já sei, tive uma idéia! Vamos ver se eles realmente se importam comigo!
(José se coloca em outro lugar [onde o público possa ouvi-lo, porém, não necessariamente vê-lo. Numa cabine de som, por exemplo, com auxílio de um microfone]. José disfarça a voz, passando-se por funcionário de um hospital. Ele liga em sua casa, fala com Sheila (pode ser no celular) e diz que José Machado da Cunha, (na verdade, ele mesmo) sofrera um acidente e veio a falecer).
Sheila: (ao telefone com o “funcionário do hospital“. Acaba de receber a noticia do “falecimento de seu pai“) Não, moço, pelo amor de Deus, não fala isso, meu pai não pode ter morrido, eu preciso falar pra ele o quanto eu o amo...
“Funcionário do hospital“:(ao telefone) Sinto muito...O corpo agora segue para o necrotério municipal.
(Sheila desliga o telefone e entra em desespero. Thiago tenta acalmá-la, porém ela não lhe dá atenção e ele vai embora. Os irmãos, a princípio, não acreditam. Depois, vão ficando tensos até, também, se desesperarem).
Carla: Não, nãããão! Não pode ser! O Papai não sabe o tanto que eu o amo, ele precisa saber, não....
Julia: Pelo amor de Deus. Senhor, não leva o meu pai agora não! Eu preciso muito dele! Eu necessito muito falar com ele, Senhor!
Sheila: Eu vou orar um monte (se ajoelha). Vou orar mais que todo mundo pra demonstrar o quanto eu amo o papai.
Camila: E eu então, vou encomendar um montão de coroa de flores, todas escritas “Eu te amo“.
Júlia: E eu vou chamar o caminhão de bombeiro.
Henrique: Podem parar! Agora já é tarde. Vocês deveriam fazer isso enquanto o papai estava vivo. Agora, que ele morreu, ele não pode ver nada disso. (chorando). A culpa é de vocês! Vocês mataram o papai!
(Todos começam a se justificar, até que a confusão se generaliza. Ninguém entende mais nada, tamanho falatório e lamentação, um culpando o outro.
De repente, José aparece na porta. Os filhos ficam felizes e espantados. Eles pedem desculpas e fazem “juras de amor eterno”. Depois de acalmada a situação...)
José: (para a igreja) Não espere a morte para dizer o quanto você ama seu pai. Você pode não ter uma segunda chance.
Julia: (para a igreja) Honra teu pai e tua mãe, para que te prolonguem os dias sobre a terra...
Cada um diz uma frase, depois todos saem, terminando assim a apresentação.
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