segunda-feira, 22 de junho de 2009

SERÁ QUE AINDA POSSO SER PAI?

SERÁ QUE AINDA POSSO SER PAI?
Pai que vive distante para oferecer conforto a família, não teve tempo de curtir e demonstrar amor para a filha. E agora? Ela vai casar, terei tempo de ser pai?
PEDRO: Pai
JOANA: Mãe
PRISCILA: Filha de 25 anos
TIA JOVILDA: Tia Idosa mais velha
TIA ROMILDA: Tia Idosa, mais nova.
Empregada: Tem apenas movimento, sem fala.


O PAI E A MÃE SENTADOS À MESA DO CAFÉ, BEM CHIQUE.
PEDRO: Essa folga foi merecida, minha semana foi daquelas.
JOANA: É, eu estou muito feliz de ter você em casa hoje. Aliás, tenho uma novidade pra te falar.
BATEM NA PORTA
PEDRO: Quem será? Ainda é tão cedo!
JOANA: Deve ser minhas tias, elas falaram que viriam mais cedo pra ajudar nos preparativos.
PEDRO: Preparativos do que? Você não ta pensando em fazer uma festa não né Joana?
JOANA: Pedro! Que brincadeira é essa? Não tem graça.
BATEM ATÉ QUE A EMPREGADA ABRE, E ELES SE CUMPRIMENTAM ALEGREMENTE.
PEDRO (Resmungando): Essa não! E agora, o que essas duas vieram fazer aqui, justo hoje que eu peguei uma folga.
TIA JOVILDA: Pedrinho, que saudade!
PEDRO: Tia Jô, Quanto tempo! (Fala pro público, meio que escondido) Por que não demorou mais?
TIA JOVILDA: Heiiimmmmmm????????
JOANA (Disfarçando) O Pedro só perguntou se a senhora não quer que ele leve sua mala lá no quarto.
TIA JOVILDA: Puxa quanta gentileza. (Entrega a mala pra ele)
TIA ROMILDA: Só faz a obrigação dele (Entrega a mala dela também, ele deixa as malas caírem no chão, porque estão muito pesadas.).
JOANA: Coitado, tia. Deixe me ajudá-lo
TIA ROMILDA (Segura Joana): Não seja boba menina. Ele leva sozinho.
(Pedro vai saindo, arrastando as malas).
JOANA: Então está bem, mas sente-se aqui tia, vamos conversar.
TIA JOVILDA: Não é falando não, mas o Pedro tá meio estranho. O que está acontecendo com ele fia?
JOANA: É a empresa dele que exige muito, ele quase não tem mais tempo pra Priscila. Deve estar um pouco desgastado, mas está ótimo. Nada que umas boas férias não resolvam.
TIA ROMILDA: Por falar em férias, nós fomos pra praia. Eu te falei?
JOANA: Não! Quando que vocês foram?
TIA ROMILDA: Em dezembro de 99.
JOANA: Ah! Eu acho que a senhora já me falou sim!
TIA JOVILDA: Eu trouxe as fotos. Você quer ver?
TIA ROMILDA (Grita): Não!!!!!!!!!!!!!
TIA JOVILDA (Braba): Deixe de ser sem educação! Não é com você que falei. Perguntei pra Joana. E é claro que ela quer ver. Né fia? (Meiga)
TIA ROMILDA (Interrompendo ela gritando desesperada): Joviiiiiiiiiiiiiilda
TIA JOVILDA (Sorrindo e sentando delicadamente): Romilda, (Nervosa) Eu não sou surda!!!!!! O que foi????????
TIA ROMILDA (Desesperada): Não seja sonsa. Nós esquecemos o Esnobel!!!!!! (Coloca a mão na cabeça)
TIA JOVILDA: (Inconformada, saindo do sofá e indo para a mesa do café): Romilda.... Deixe de ser sonsa você! Será que está tão velha assim? (Com orgulho) Você me falou: Coloque o Esnobel dentro da mala que pode fazer frio e eu coloquei.
TIA ROMILDA: O que? Você colocou o gato dentro da mala?
TIA JOVILDA: Você que mandou!!!!
TIA ROMILDA: Sua maluca, eu mandei você colocar o cacharrel, não o Esnobel, o cacharrel. Joana mande seu marido trazer a mala aqui imediatamente. (Senta-se no sofá e Joana sai)
TIA ROMILDA: Ahhh, meu Deus, será que meu gatinho morreu? (Coloca a mão na cabeça e fica brigando com a Jovilda até a Joana chegar)
JOANA: (Volta) Tia... A mala estava aberta.
TIA ROMILDA: Ah não, seu marido é muito curioso, o que ele estava procurando na minha mala? (Desconfiada) Um, não sei não!!!O que ele viu lá menina? (Desesperada) Claro... Ele deve ter pegado meu Esnobel. Onde ele foi?
JOANA: Não sei tia, ele deve ter saído.
TIA JOVILDA (Nervosa): Ele foi matar o esnobel!!!!!!!!!!
JOANA (Inconformada): Tia! O Pedro não faria isso, ele não tem costume de mexer nas coisas dos outros. Será que a senhora não abriu a mala no caminho sem perceber?
TIA ROMILDA: Eu não estou tão velha assim pra esquecer das coisas...
ENTRA PEDRO COM UNS BIFES NUMA BACIA
PEDRO: Querida, vou temperar esses bifes pra fazer um churrasco. O que você acha?
TIA ROMILDA: (Fica horrorizada, começa a passar mal e grita) Esnobel.
PEDRO: Que isso? Quem é Esnobel?
TIA JOVILDA: Assassino! Ele tava na mala que você abriu no quarto.
PEDRO: Quem estava na mala?
JOANA: Quando você colocou a mala no quarto ela já estava aberta?
PEDRO: Eu... Eu não olhei.... Por quê?
JOANA: Porque a tia Jô colocou o gato delas dentro da mala e agora ele não está mais lá.
PEDRO: Só essa que me faltava. E agora estão pensando que fui eu quem matou o gato?
TIA ROMILDA: Então mataram ele mesmo?????!!!!! (Estérica, vai pegar a bacia de carnes.) Me dá ele aqui!
PEDRO: Eiiiiiii, tira a mão daí (Bate na mão dela) Isso aqui é meu almoço.
TIA ROMILDA: E ainda vai comer o gato... Joana, faça alguma coisa.
PEDRO: Vocês estão malucas. Eu não matei gato nenhum (Vai saindo enquanto as tias ficam falando)
TIA JOVILDA: Ah não! Então como você sabia que o gato tava morto? Foi ele sim. O Joana, fala pra ele me dar o cadáver do gato pra nós fazermos um velório decente!!! Pelo menos assim alivia um pouco a dor e o meu sentimento de culpa, afinal foi eu que coloquei o gato na mala. E ele relutou tanto pra entrar, coitadinho. Pobre Esnobel...
JOANA (NERVOSA): Tia... Ele já falou que não matou seu gato e ele não é mentiroso.
TIA ROMILDA: Então ele deve estar fazendo o gato de refém, pra gente ir embora, eu sei que ele não gosta de nós duas. Mas isso não vai ficar assim, eu só vou embora com o corpo do meu gato. Pobre Esnobel!!! Vem Jovilda, me ajude a procurá-lo. (Saem reclamando)
JOANA: Por que vocês não olham lá no carro, talvez ele tenha escapado da mala, sei lá... (Senta-se) Meu Deus, que confusão.
PEDRO ENTRA
PEDRO: Querida, a carne está na geladeira, achei melhor nem mexer com elas, porque suas tias estão com uma implicância comigo. Enquanto elas não acharem esse gato, eu to ferrado.
JOANA: Eu acho que nem existe gato, minhas tias estão meio malucas.
PEDRO: Meio?!!!!!!!
JOANA: Também não exagera né amor!
ENTRAM AS DUAS ARRASTANDO UMA CAIXA BEM GRANDE
TIA ROMILDA: Ai... Ajuda-me aqui Pedro, ou você vai ficar aí olhando duas senhoras fracas e indefesas a carregar uma caixa pesadíssima?
PEDRO: Fracas!!!!???? Indefesas!!!!???? Só se for amarradas numa camisa de força, ou mortas e mesmo assim minha cabeça corre perigo.
TIA JOVILDA: Heiiimmmmmm????????
PEDRO: Nada não tia! To indo, to indo...
JOANA: O que é isso tia? Não é o Esnobel não né?
TIA JOVILDA: Não, ele não é tão grande assim, isso aqui são as fotos.
PEDRO ARRASTA A CAIXA E A COLOCA NO MEIO DA SALA
PEDRO: Fotos??? Parece que tem é um casaco de lã aqui.
(Tira um gato de pelúcia de dentro da caixa, e corre gritando de um lado para o outro, sumindo nos cantos e aparecendo cada vez com o gato em uma posição. Com um “som de gato brabo” e uma música animada, até que cai Pedro de um lado e o gato do outro).
TIA ROMILDA: Meu Deus será que ele está bem?
JOANA (Nervosa): Claro que não tia, olha aqui ele está todo machucado.
TIA ROMILDA: Não estou falando do Pedro, estou falando do Esnobel. (Saindo com Jovilda) Vem Jo, vamos levá-lo pra tomar um leitinho. Ô Esnobel, você se assustou, meu bichano!!!! Tadinho dele. O Pedro é malvado né meu gatinho lindo...
JOANA: Sente-se aqui meu amor (No sofá) deixa-me ver esses arranhões seu. (Pega uma caixinha de curativo e começa a limpar)
PEDRO: Que gato maluco, ele é pior que suas tias.
JOANA: Você está certo. Mas não leve a mal minhas tias, elas quase não vêm em casa.
PEDRO: Mas se não bastassem elas, agora veio mais esse gato detestável.
JOANA: Calma, terminei seus curativos, agora vai ficar melhor.
PEDRO: Obrigado. (Levanta-se e dirige à mesa café, coloca um pouco de água em um copo): Mas meu amor, sempre que elas vêm, aprontam alguma.
JOANA (Fica no sofá): É verdade, mas eu não quero ver vocês brigando o dia todo, hoje é o casamento da Priscila e eu...
PEDRO (Tosse, engasgando): Hoje é o casamento de quem?
JOANA (Corre a vai bater nas costas dele): Da Priscila.
PEDRO (Nervoso): Como? Não! Eu devo estar sonhando. Melhor, devo estar tendo um grande pesadelo. Ou não? Você que pirou, não tem casamento nenhum. Ela não ia se casar só depois que terminasse a Faculdade? A minha filha ainda é uma menina, como que ela vai se casar?
JOANA: Como uma menina Pedro? A Priscila já tem 22 anos, está na hora de se casar mesmo, ela já se formou, está até trabalhando.
PEDRO: Ela já... Se formou? É mesmo... O tempo passou e eu... (triste)
JOANA: Pedro! Onde você anda com a cabeça? Como você se esqueceu desse casamento?
PEDRO (Sai muito triste): Não, sei... Não sei...
ENTRA PRISCILA
PRISCILA (Animada): Bom dia mamãe.
JOANA: Bom dia filha! Que alegria.
PRISCILA: Estou muito feliz mamãe, hoje é o dia mais feliz da minha vida. Parece que estou sonhando.
JOANA: Aproveite bem cada momento desse dia minha filha.
PRISCILA: Vou tentar mamãe, vou tentar. (Abraça a mãe) Onde está o papai? Ele não foi trabalhar hoje não né?
JOANA: Não filha, ele estava aqui ainda a pouco, mas acabou de sair.
PRISCILA: Olha mãe, já vou te dizer uma coisa, aconteça o que for eu quero meu pai naquela Igreja hoje. Ele que não invente trabalho, jogo ou qualquer outra coisa não. Se ele não for ou se atrasar por qualquer motivo que seja, como ele fez a vida inteira, ele pode esquecer que tem filha. Eu nunca mais olho pra ele. Nunca mais.
JOANA: Não diz isso filha você sabe que seu pai sempre trabalhou muito pra te dar o melhor. Por isso que não foi em muitas coisas sua, mas hoje ele irá sim e vai chegar na hora. Não se preocupe.
PRISCILA: Espero que seja assim mesmo. Vou aproveitar que ainda é bem cedo e sair um pouco.
JOANA: Calma filha toma seu café da manhã primeiro.
PRISCILA: Não mãe, estou sem fome. Também quase não dormi à noite, estou muito ansiosa.
JOANA: Eu sei filha. Isso é assim mesmo, mas você tem que comer.
PRISCILA: Não mãe. Brigada, só vou dar uma volta na quadra pra respirar um pouco e ver se me acalmo.
JOANA: Então leve essa maçã, você pode ficar com fome.
PRISCILA: Ta bom brigada. Tchau (Sae)
PEDRO ENTRA
PEDRO: Joana, a Priscila já acordou?
JOANA (Abraçando ele): Sim, ela foi dar uma volta. E você, melhorou?
PEDRO (Senta no sofá): Como posso estar melhor com essas tias malucas por perto e minha filha indo se casar e parece que nem se importa comigo.
JOANA (Senta ao lado dele): Pedro, isso não é verdade. Disso não podemos reclamar, nossa filha sempre foi um exemplo de amor e carinho pra qualquer pessoa.
PEDRO: Você tem razão. A verdade é que eu não me conformo com esse casamento a nossa filha ainda é muito nova.
JOANA: Que muito nova Pedro, nós nos casamos com dezenove, a Priscila tem vinte e dois e você vem me falar que ela é muito nova.
PEDRO: Não sei! Sinto como se ela ainda fosse uma menininha... Mas ela cresceu e eu nem percebi.
JOANA (Levanta-se e pega na mão dele): É verdade, nossa filha cresceu e você nem percebeu.
PEDRO (Solta a mão dela e fala andando): Puxa vida, eu pensei que estava fazendo tudo certo, mas acabei fazendo tudo errado. Trabalhei tanto e do que me adiantou? Não acompanhei nossa filha em nada.
JOANA (Começa a tirar a mesa do café): Também não é assim Pedro. Nós somos muitos gratos a você, pelo seu esforço. A verdade é que nós pensamos que nossa filha nunca ia crescer, mas cresceu e rápido.
PEDRO (Para em frete a mesa do café e diz): Você tem razão, ela cresceu muito rápido mesmo. Eu é que fui um tolo, fiquei trabalhando igual um louco sacrificando minhas férias, domingos e alguns feriados para dar presentes a ela, se não participei da vida dela.
JOANA: Ah querido!!!
PEDRO (Levanta e vai para frente do cenário): Sabe o que eu sinto? Que eu nunca fui um pai de verdade. A Priscila nunca teve o pai que ela sonhou, ela nunca se orgulhou de mim.
JOANA (Levanta e vai atrás dele): Não fale uma coisa dessas Pedro, sua filha sempre te amou.
PEDRO: É, ela sempre me amou e demonstrou esse amor por mim, mas eu nunca demonstrei o meu amor por ela. Às vezes gostaria que o tempo voltasse, eu faria tudo diferente. Ao invés de levar vocês à igreja eu iria junto, sairia mais cedo do trabalho só pra ficar em casa brincando e conversando com vocês. Aproveitaria mais os feriados e tiraria mais férias.
JOANA: Você não pode voltar o tempo e mudar o passado, mas pode mudar o futuro.
PEDRO (Andando, nervoso, colocando a mão na cabeça): Como? Minha filha está se casando, se casando. (Grita) Como pude? Não a vi nascer (chorando) Nem engatinhar, não fui à primeira apresentação dela na escola, nem levei ela na aula de natação, atrasei, quando tinha que buscá-la no salão para levá-la na festa de quinze anos. Na formatura dela, quando eu cheguei, ela já tinha cantado. Como pude? Eu simplesmente errei em tudo. E por que, onde eu estava? Trabalhando!!!!!
JOANA: Não fique assim. Esqueça o passado. Peça perdão a ela.
PEDRO: Não, eu não posso, eu nunca fui um pai de verdade. Não é justo pedir que ela me perdoe, eu não mereço nenhuma misericórdia, nada mais vai mudar. Além do que isso só vai trazer ressentimentos, ela não vai me perdoar, vai falar tudo o que deve estar engasgado nela, e eu não vou agüentar.
JOANA: Não é assim! Seja um pai de verdade a partir de hoje. Nossa filha tem um coração muito bom, ela vai te perdoar. Tenho certeza que ela esquecerá tudo de ruim que já aconteceu e levará daqui uma ótima lembrança sua.
PEDRO: Será que eu ainda posso ser pai?
JOANA: Claro...
ENTRA PRISCILA, E FICA ATRÁS DO PAI OUVINDO.
PEDRO: Queria tanto ter coragem de fazer isso, queria olhar nos olhos dela, bem lá dentro e dizer: (Faz uma voz bem elegante) Filha, hoje eu reconheço que você sempre foi uma filha maravilhosa, nunca me deu trabalho, sempre tirou notas boas, está firme na igreja e vai se casar direitinho. Puxa... Eu tenho muito orgulho de você. Mas não consigo.
PRISCILA: Acabou de conseguir (Corre e o abraça)
(toca um pedaço da música NOS BRAÇOS DO PAI – Eles ficam abraçados)
PEDRO: Minha filha, você estava aí? Há quanto tempo?
PRISCILA: A vida toda... Eu sempre estive aqui... Esperando o senhor me falar tudo isso (Limpa suas lágrimas)
PEDRO: Meu amor, me perdoe, eu sei que não fui um bom pai.
PRISCILA: Papai esquece!!! Pare com isso.
PEDRO: Eu fui muito falho com você, me lembro de quando você tinha três aninhos de idade, era num domingo, estávamos vindo da igreja e você me pediu um sorvete, eu ainda não tinha recebido meu salário e não tive como comprar, você chorou muito e desde aquele dia eu me coloquei a trabalhar incansavelmente para te dar de tudo o que você sempre quis.
PRISCILA: Brigada papai... Muito obrigada...
PEDRO: Talvez você nunca soube que em todas as suas festas de aniversário que eu não estive presente, estava trabalhando pensando em te oferecer o melhor.
PRISCILA: Eu sempre soube disso papai, mas...
PEDRO: Eu sei que você nunca pediu e nunca precisou disso, mas eu pensei que estava fazendo o melhor, pensei que depois teríamos tempo pra ficarmos juntos. Só que o tempo passou e eu nem percebi... (Senta-se no sofá) Você cresceu, se formou, está se casando e só agora percebi que eu errei, errei muito, devia ter brincado com você, assistido seus filmes, contado uma história quando você fosse se deitar, ter acordado no meio da noite e ficado lá no seu quarto te olhando dormir... Sabe filha eu me arrependo de tudo isso.
PRISCILA (Chorando): Eu sempre me orgulhei do senhor, como o senhor é, sempre disse às minhas amigas que meu pai é o máximo. Confesso ao senhor que muitas vezes tive vontade de brigar, gritar, chorar, mas Deus supriu minhas carências e a falta de amor que sempre tive do senhor. E se sempre me orgulhei do senhor, imagine como está esse orgulho hoje, depois de ouvir todas essas palavras lindas.
PEDRO: Me desculpe se te decepcionei de novo, não...
PRISCILA(Interrompendo): Me decepcionar!!! Que isso, sua atitude é uma honra pra mim. Não me importo com o passado, me importo com o presente e o nosso futuro, hoje eu sei que o senhor se importa comigo, e é essa a imagem de pai que estou levando pra minha casa.
PEDRO: Eu sei que hoje é o dia mais importante da sua vida, primeiro por que você irá se casar, e depois porque será o primeiro dia que você terá um pai de verdade. Espero que não seja tarde demais pra dizer uma coisa que eu não me lembro de ter tido tempo pra te dizer.
PRISCILA: O que papai?
PEDRO: Minha filha, eu te amo.
PRISCILA: Eu também.
REFRÃO DA MÚSICA NOS BRAÇOS DO PAI. ELES SE ABRAÇAM.
JOANA: É assim que Deus quer ver o relacionamento entre pais e filhos. E pra coroar este momento tenho uma notícia daquelas pra vocês.
PEDRO: Suas tias foram embora?
JOANA: Não!!! Muito melhor. (Coloca a mão dele na barriga dela) Temos uma filha saindo de casa, mas tem uma vidinha chegando, você terá muito tempo pra mostrar que é outro homem...
PRISCILA: Você está grávida???
JOANA: Sim!!!!!!
TODOS SE ABRAÇAM COM MUITA FELICIDADE
ENTRAM AS TIAS
TIA JOVILDA: A festa do casamento já começou?
TIA ROMILDA: Será que nós dormimos tanto assim Jovilda?
PEDRO: Tinha começado, mas acabou de terminar
TIA JOVILDA: Heimmmmmmmmmmmmm
JOANA: Não tia, não começou não, é que eu tava falando pra eles que eu estou grávida.
TIA ROMILDA: Grávida!!! Um nessa idade... Não é muito saldável
PEDRO: Nãoooooo, é na sua idade que é
TIA JOVILDA: Heimmmmmmmmmmmmm
JOANA: Nada não tia, eu já estou fazendo um acompanhamento médico.
TIA ROMILDA: E aí vocês vão querer ver as fotos ou não???
PRISCILA: Claro tia, vamos sentar
TIA JOVILDA: Olha essa daqui, eu esta com um corpinho, e esse biquíni de bolinha vermelhinha... uma graça, se você quiser posso te emprestar, você vai arrasar.
FECHA-SE AS CORTINAS E ELES FICAM DANDO RISADA E CONVERSANDO ATRÁS DAS CORTINAS ENQUANTO VAI AUMENTANDO A MÚSICA ATÉ SUMIR A VOZ. (MÚSICA ANIMADA)
TIA ROMILDA: E por falar em arrasar mandei fazer um vestido a coisa mais linda pra ir no casamento, ele é rosa pink, tomara que cai....

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