quinta-feira, 4 de junho de 2009

Soneto Estrambótico; Cristo

Soneto Estrambótico; Cristo

Eu já escrevi sangue sobre as ruas,
o soneto de um verme a prantear.
Eu já pintei um céu escuro sem lua,
sofri o esquecimento em denso mar.

Sobre as curvas das ondas esquecidas,
provei a amargura deste ato que é viver.
Sordida imagem ebriante e despida,
sou Eu, um Verme em seu sofrer.

A imagem que hoje vejo fria e nua,
era um céu escuro sem a sua lua,
era uma manhã cinza sem o sol para brilhar.

A vida, que era a morte para mim pedida,
o lamento de uma memória esquecida,
sem brilho, sem vida e sem chance de amar.

"e assim falou Cristo:
Quando calou-se o mar, lá eu estive;
pois quando morres p'ro mundo, para mim tu vives."

Ygor Pierry

pyerry

Nenhum comentário:

Postar um comentário