segunda-feira, 22 de junho de 2009

VÓS PAIS... VÓS FILHOS...

VÓS PAIS... VÓS FILHOS...
Uma reflexão sobre o mandamento Bíblico de obedecer os pais... e não irritar os filhos...
Se os pais tem motivo para reclamar, os filho também tem.
Nota da autora
Esta peça foi dada por Deus, quando Este colocou em nosso coração a necessidade de fazermos não apenas uma peça para o Dia dos Pais, mai algo que pudesse ser usado para a reflexão. Deus deu os detalhes, a forma.
Fizemos uma pesquisa entre os adolescentes de nosso conjunto, dezenove deles responderam a enquete, sendo que a grande maioria, afirmou que o que mais o irritavam era os pais, falarem, falarem, falarem...

Base Bíblica
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais; porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados. (Colossensses 3:20 e 21)
Sinopse
Se os pais tem motivo para reclamar, os filho também tem. Uma reflexão sobre o mandamento Bíblico de obedecer os pais... e não irritar os filhos...
CENA 01
(Música evangélica em volume bem alto)
PAI: Amor? João Pedro? Maria Gabriely? Papai chegou! Hei! Tem alguém em casa? Nossa que barulho... João Pedro? O João Pedro?
JOÃO PEDRO: Que foi?
PAI: Cadê sua irmã?
JOÃO PEDRO: Que?
PAI: Cadê a sua irmã?
JOÃO PEDRO: Ah, tá se arrumando.
PAI: Tá o que?
JOÃO PEDRO: (impaciente) Tá se arrumando.
PAI: Não entendi ainda, abaixa esse som filho.
(João Pedro abaixa o som)
JOÃO PEDRO: Tá ficando surdo pai? Eu disse que ela tá se arrumando.
PAI: Surdo deve tá você escutando essa música nessa altura.
JOÃO PEDRO: Ah pai, é legal.
PAI: Mas precisa ser nessa altura?
JOÃO PEDRO: É que baixo não tem graça!
PAI: Sei, sei, mas deixa desligado agora porque o papai quer descansar um pouco.
JOÃO PEDRO: Ah, tá bom. (saindo)
PAI: Onde você vai?
JOÃO PEDRO: Entrar na internet.
PAI: Não sei o que vocês tanto fazem nessa internet... vai lá mas não passa o dia todo.
PAI: Tá bom.
(O pai senta e começa a ler a Bíblia, nisso o telefone toca)
PAI: Alô (pausa), Ly? Não, não tem ninguém com este nome não mocinha, você deve ter discado errado.
(Maria Gabriely chega interrompendo)
MARIA GABRIELY: Quem é pai?
PAI: Só um minuto (põe a mão no telefone) É engano, uma moça atrás de uma tal de Ly.
MARIA GABRIELY: Sou eu pai! Me dá logo isso aqui.
PAI: Não, você é Maria Gabriely, Ly? De onde vocês tiraram isso?
MARIA GABRIELY: GabrieLY, é muito mais fácil falar Ly do que Maria Gabriely, o senhor não acha? (pausa) Mas me dá logo o telefone!
(O pai entrega o telefone e sai resmungando, enquanto a filha fica falando em “off”)
PAI: Vou te falar viu, a gente passa meses e meses quebrando a cabeça para escolher um nome bonito e vocês resumem a Ly, Ly o que? Bula de remédio?
(Dá-se um pequena Pausa a fim de deixar a idéia de que o pai foi até o banheiro e voltou, enquanto isso Maria Gabriely continua ao telefone conversando em “off”).
PAI: Maria Gabriely? (pausa) Que bagunça é essa no banheiro? Filha, hei, que bagunça é aquela no banheiro? (ele vai falando e ela não larga do telefone) É creme pra tudo quanto é lado, toalha no chão, perfume espalhado e fora que o chão tá parecendo um lago! Ontem foi a mesma coisa, a mesma bagunça , aliás, ontem não, todo o dia né, você não toma jeito não menina, é impressionante a bagunça, toalha no chão, os cremes espalhados e perfume aberto, onde já se viu, como consegue fazer tanta bagunça. Eu quero tudo aquilo arrumado viu, é inadmissível...
MARIA GABRIELY : Tá bom pai! Eu já entendi.
PAI: Entendeu nada, você não tá nem prestando atenção! Eu quero aquele banheiro limpo, sem aquelas coisas...
MARIA GABRIELY : (interrompendo) Tá, sem creme pra tudo quando é lado, toalha no chão, perfume espalhado, chão molhado, tá eu já entendi, posso continuar a conversar em paz?
PAI: Isso mesmo, que bom que você entendeu.
MARIA GABRIELY : Também, fala 1500 vezes!
PAI: Exagerada, e vê se sai desse telefone porque custa caro.
(O pai sai da sala chamando João Pedro)
PAI: João Pedro? Você não tem lição de casa filho? Não vai ficar na internet e esquecer da lição tá?
(Maria Gabriely continua no telefone, o pai volta e começa a dar bronca)
PAI: Você ainda tá aí? Maria Gabriely, assim não tem condições, você fica nesse telefone o dia todo, e depois sou eu quem paga a conta, onde já se viu, fica de tititi no telefone o dia todo, isso custa caro viu, não é a toa que a conta vem tão alta. O tempo que você fica perto das suas amigas não é o bastante não? Tem ainda que ficar esse tempo todo no telefone? Será possível? Eu não me conformo com isso (pausa) João Pedro? Sai da internet filho e vai fazer sua lição! (pausa) E você sai desse telefone vamos, eu já te disse que custa caro? Fora que quem paga a conta sou eu, e sem a menor necessidade, porque tempo pra conversar com suas amigas você tem de sobra (pausa) João Pedro?
JOÃO PEDRO: Que foi pai?
PAI: Sai já da internet e vai fazer lição de casa.
JOÃO PEDRO: Ah pai, só mais um pouquinho.
PAI: Nem mais, nem menos, sai agora.
JOÃO PEDRO: Ah pai, o que custa? Depois eu faço a lição, deixa vai?
PAI: Não, eu te conheço você vai esquecer.
JOÃO PEDRO: Não esqueço.
MARIA GABRIELY : (interrompendo) Mas que inferno, não se pode nem conversar no telefone em paz nessa casa!
PAI: Que isso menina? Isso é jeito de falar? Nosso lar é uma benção!
MARIA GABRIELY : E o senhor um chato! Dá licença, nem se pode falar no telefone, que fica ai falando igual um desesperado.
PAI: Chato, eu? Se ser responsável é sinônimo de chato, eu sou sim e com muito orgulho. E nem fica me olhando com essa cara não porque não tem condições de você ficar esse tempo todo no telefone, eu não sei que tanto assunto é esse que você arruma com a sua amiga.
JOÃO PEDRO: Ah, é o Thiago...
MARIA GABRIELY : Cala boa menino! Se não eu te mato!
PAI: Hei, hei, hei, não briga com seu irmão, que Thiago é esse?
MARIA GABRIELY : Um menino da Igreja.
PAI: E o que mais?
MARIA GABRIELY : (apaixonada) E lindo, fofo, simpático, educado...
PAI: Pode parar! Não gostei desse Thiago.
MARIA GABRIELY : Porque, o senhor nem conhece ele?
PAI: Não, não, não, pode esquecer ele, porque eu não gostei.
MARIA GABRIELY : Mas pai, todo mundo tem um namorado, porque eu também não posso ter um?
PAI: Filha, você não precisa de um namorado adolescente, lindo, fofo e blá, blá, blá.
MARIA GABRIELY : Ah não é? E eu preciso do que então?
PAI: Ah! De um pai de família respeitado, professor de Escola Dominical, empregado conceituado...
MARIA GABRIELY : Mas esse é o senhor?
PAI: Isso mesmo! Você tem um pai maravilhoso, não precisa de um namorado.
MARIA GABRIELY : Ninguém merece viu, deixa pra lá. Posso ir na casa da Milena assistir um filme?
PAI: Quem vai?
MARIA GABRIELY : Ah, o pessoal da Igreja.
PAI: Quem?
MARIA GABRIELY : Ah, a Renata, a Natália, a Sara, o Fabio, o (abaixa o tom) Thiago.
PAI: Não.
MARIA GABRIELY : Ah pai, pára com isso vai, deixa, por favor?
PAI: Tá, mas é para voltar no máximo nove e meia.
MARIA GABRIELY : Ah pai! Nove e meia não tem graça.
PAI: Se quiser é assim.
MARIA GABRIELY : Tá bom. (e sai)
PAI: E você? Tá fazendo o que ai parado?
JOÃO PEDRO: É que... assim né... eu pensei que talvez o senhor, como é o melhor pai do mundo, sempre tão atencioso, um homem tão bom...
PAI: Fala logo filho.
JOÃO PEDRO: Me dá dinheiro?
PAI: Não.
JOÃO PEDRO: Ah pai, o que custa?
PAI: Custa trabalho e muito, fora que eu já te dou mesada.
JOÃO PEDRO: Ah pai! Mas quem sabe assim uma antecipação do 13º?
PAI: 13º? Você não trabalha, logo não tem direito a 13º, muito menos a adiantamento.
JOÃO PEDRO: Mas o senhor trabalha, logo tem direito a 13º e eu como sou seu filhinho querido, tenho mereço uma antecipação, o senhor não acha?
PAI: Não.
JOÃO PEDRO: Ah pai, Mas nem um empréstimozinho?
PAI: Não.
JOÃO PEDRO: Nossa pai, o senhor deveria ser um homem mais flexível nas negociações heim.
PAI: Ah, muito obrigado pelo conselho, mas nada feito, e vai fazer sua lição.
JOÃO PEDRO: Ah, tá bom, fazer o que né?
(JOÃO PEDRO sai, e o pai fica lendo e aleatoriamente olhando no relógio)
PAI: Nove e trinta e cinco, já tá atrasada...
PAI: Quinze para às dez, parece até que não tem relógio...
PAI: Dez horas, Senhor, será que aconteceu alguma coisa?
PAI: E esse celular que só dá Caixa Postal...
PAI: Onze horas! Ai Senhor! (se ajoelha e começa a orar) Deus, tem misericórdia ó Pai, guarda minha filha, acampa com os Seus anjos ao redor dela e trás ela em paz, em Nome de Jesus. Amém.
PAI: Onze e meia, ah Senhor, tem de misericórdia.
(Maria Gabriely chega)
PAI: Ai, graças a Deus! O que aconteceu filha?
MARIA GABRIELY : Nada.
PAI: Porque você chegou tão tarde?
MARIA GABRIELY : Porque sim oras! Nós resolvemos assistir outro filme.
PAI: E porque você não avisou?
MARIA GABRIELY : Nossa, que interrogatório! Misericórdia!
PAI: Misericórdia digo eu, você não pensou que eu ficaria preocupado de você se atrasar não? Você já pensou que poderia ter acontecido alguma coisa?
MARIA GABRIELY : Pai, vê se me erra! Já fui, já voltei e tô bem, agora chega de sermão!
PAI: Custava você ter avisado que ia chegar mais tarde?
MARIA GABRIELY : Custava porque o senhor ia ficar falando que era tarde, pra eu deixar pra outro dia e patati e patatá... para no fim dizer não!
PAI: E você preferiu me deixar imaginando um monte de coisas do que ouvir um simples não?
MARIA GABRIELY : Ah pai! Pára de drama! Eu já cheguei, tô bem, precisa ficar falando?
PAI: Precisa sim mocinha! Você me deixou preocupado, e ainda me desobedeceu, eu te disse que era para chegar nove e meia e não quinze para a meia-noite!
MARIA GABRIELY : Ah tá bom! Já terminou? Se terminou fala logo, porque eu quero dormir.
PAI: Será que você não entende que eu me preocupo com você?
MARIA GABRIELY : Se preocupa porque quer, eu não te pedi nada.
PAI: Eu me preocupo porque eu te amo e quero o melhor pra você.
MARIA GABRIELY : Ah pai, sem lição de moral vai. Eu não agüento mais o senhor e suas chatices.
PAI: É esse o tipo de reconhecimento que você dá a quem te quer tão bem? (pausa) Eu amo você, passei noites sem dormir para cuidar de você trabalho igual um louco pra te sustentar, oro por você, torço por você...
MARIA GABRIELY : Ai, chega! Pai, o senhor trabalha porque é sua obrigação, se preocupa porque quer e ora por quer, agora, se já terminou o drama me dá licença porque eu tô com sono.
PAI: Se você não tivesse tudo o que te damos com certeza sentiria falta.
MARIA GABRIELY : Da suas chatices, broncas, e de se meter na minha vida? Não, eu não sentiria falta. Boa noite.
PAI: Boa noite. (Pausa) Ah, Senhor, me dá graça ó Pai.
(JOÃO PEDRO entra na sala)
JOÃO PEDRO: Boa noite, pai.
PAI: Boa noite fil... que que você tá fazendo acordado?
JOÃO PEDRO: Ah, eu tava na internet.
PAI: Até agora?
JOÃO PEDRO: É, tava no MSN.
PAI: Ah... E a lição de casa, terminou?
JOÃO PEDRO: Não, nem comecei...
PAI: João Pedro, quantas vezes eu já disse pra você não perder tempo na internet e deixar de estudar?
JOÃO PEDRO: Ah pai, foi mal.
PAI: Foi mal não, foi péssimo! Olha, amanhã tem Escola Dominical e você vai acordar mais cedo para fazer sua lição.
JOÃO PEDRO: Ah não pai! Acordar cedo não! Me põe de castigo, mas me deixa dormir até a hora de ir para a Igreja.
PAI: Tá certo, dois meses sem receber mesada.
JOÃO PEDRO: Não! Que isso, já passou até o sono! Pode deixar que amanhã eu acordo bem cedo para fazer a lição.
PAI: Tá certo. Boa noite filho, papai te ama.
JOÃO PEDRO: Boa noite pai.
CENA 02
Narração: No outro dia...
PAI: Glória a Deus! Mais um dia...
JOÃO PEDRO: (corre para abraçar o pai) Eeee! Feliz dia dos pais, pai!
PAI: Opa! Obrigado, filho!
JOÃO PEDRO: (bocejando) Ai que sono...
PAI: Fez a lição?
JOÃO PEDRO: Fiz.
PAI: Esse é o meu menino!
JOÃO PEDRO: Ah, olha aqui o seu presente.
PAI: Obrigado, filho.
JOÃO PEDRO: E então, ficou contente?
PAI: Fiquei sim, muito obrigado, que Deus te abençoe.
JOÃO PEDRO: Então né... Já que o senhor gostou tanto, será que aquele empréstimozinho que conversamos ontem, sai?
PAI: Não.
JOÃO PEDRO: Porque, o senhor não gostou do presente?
PAI: Gostei, claro que gostei, mas o empréstimo não vai sair não, pode esquecer, aliás filho, o amor ao dinheiro é pecado viu?
JOÃO PEDRO: Mas eu não amo o dinheiro pai, tanto que gasto ele todo, o problema é que acaba muito rápido, e isso seria facilmente resolvido se o senhor aumentasse minha mesada.
PAI: Esquece, deixa eu ir me trocar para irmos a Igreja. (vai saindo)
JOÃO PEDRO: Pai, eu te amo, viu?
PAI: Eu também filho, mas não vou aumentar sua mesada.
JOÃO PEDRO: É verdade pai, eu te amo.
PAI: Eu também estou falando a verdade filho, não vou aumentar sua mesada.
JOÃO PEDRO: (manhoso) Eu tava falando sério.
PAI: Ah filho, desculpa, papai também te ama. (os dois se abraçam)
JOÃO PEDRO: Mas nem um empréstimozinho o senhor vai me dá?
PAI: Não, mas mesmo assim eu te amo, viu?
(O pai sai e deixa JOÃO PEDRO sozinho, nisto entra Maria Gabriely)
MARIA GABRIELY : Bom dia.
JOÃO PEDRO: Bom dia, você não vai entregar o presente do papai? Eu já entreguei o meu.
MARIA GABRIELY : Eu não, aquele chato ficou dando bronca em mim ontem, ele não merece.
JOÃO PEDRO: Ah, mas você comprou o presente pra ele, e ainda pro cima com dinheiro dele, nada mais justo que ele fique com presente, você não acha?
MARIA GABRIELY : Vou pensar no caso dele.
JOÃO PEDRO: O, Gabriely, vamos no cinema na quarta?
MARIA GABRIELY : Não vai dá, eu tenho compromisso. Porque que você quer que eu vá no cinema com você?
JOÃO PEDRO: Pra você pagar o impresso oras!
MARIA GABRIELY : Ah, eu mereço!
JOÃO PEDRO: É que meu dinheiro acabou...
MARIA GABRIELY : Pra variar né?
JOÃO PEDRO: (dramático) Ah! Fazer o que se as pessoas não entendem que eu sou um pobre adolescente e que as coisas custam caro? Mas um dia eu vou ter bastante dinheiro, você vai ver, vou dar o dízimo, dá um pouco por papai né, coitadinho, e gastar com tudo que preciso.
MARIA GABRIELY : Tá certo, mas enquanto esse dia não chega, você não vai gastar o meu dinheiro.
JOÃO PEDRO: Fazer o que né... Onde você vai na quarta?
MARIA GABRIELY : Vou numa vigília, semana que vem tem Congresso e eu tô orando para Deus me batizar com Espírito Santo.
JOÃO PEDRO: Ah, legal, mas você não acha que tá errada não?
MARIA GABRIELY : Errada de ir numa vigília? Endoidou foi?
JOÃO PEDRO: Não é disso que eu tô falando, você ontem desobedeceu o papai, discutiu com ele e hoje tá com raiva dele, você não acha que tem que se consertar não? Lembra? Sem santificação ninguém verá ao Senhor.
MARIA GABRIELY : Lá vem você também querer me dá lição de moral.
JOÃO PEDRO: Não é lição de moral Ly, a gente vive escutando nos ensaios sobre santidade, fora que várias vezes o irmão Renato já falou de pedir perdão para os nosso pais quando o magoamos.
MARIA GABRIELY : Eu não gosto de ficar brigada com o papai, mas ele gosta de dá bronca por tudo! Nada eu posso, tenho um monte de deveres e nenhum direito.
JOÃO PEDRO: Fala isso pra ele oras! (Pausa) Deixa eu ir vê se a mamãe me dá dinheiro.
(João Pedro sai, nisso seu pai entra)
PAI: Bom dia filha.
MARIA GABRIELY : Bom dia. Pai?
PAI: Pois não?
MARIA GABRIELY : Quero conversar com o senhor?
PAI: Pode falar.
MARIA GABRIELY : Eu tô com raiva do senhor.
PAI: E o que mais?
MARIA GABRIELY : E eu odeio quando o senhor briga comigo, principalmente falando de um jeito como se a culpa do mundo todo fosse minha, também odeio quando não me deixa fazer as coisas, quando me diz não e quando fica no meu pé por conta do banheiro bagunçado e do telefone.
PAI: Mais alguma coisa?
MARIA GABRIELY : Tem sim (Pausa) eu sei que faço um monte de coisas erradas, mas eu te amo.
PAI: Senta aqui filha. O papai também te ama, e muito, você sabe disso. Eu sei que você não gosta de levar bronca e de receber um não, eu também não gosto de ver você estressada, com raiva...
MARIA GABRIELY : Eu não ficaria estressada se o senhor não vivesse me controlando e me dizendo o que posso ou não posso fazer.
PAI: Se eu não fizesse isso filha, talvez você não tivesse o caráter que tem.
MARIA GABRIELY : Ai pai, sem lição de moral...
PAI: Pra você pode não parecer nada, mas a mim coube a responsabilidade de te educar e te criar na doutrina de Cristo e se eu falhar nisso, Deus vai me cobrar, fora que obediência é mandamento, não é opção.
MARIA GABRIELY : Não irritar os filhos também!
PAI: Filha, será mesmo que eu tenho te irritado, ou é você que não tem se esforçado para ver que quero o seu melhor?
MARIA GABRIELY : Mas pai, o que tem de mais sair e voltar tarde?
PAI: O problema não é esse filha, é a rua que é perigosa, é a falta de compromisso com horário, a falta de responsabilidade de avisar que vai demorar...
MARIA GABRIELY : Mas precisa ser, tão, tão...
PAI: Rígido?
MARIA GABRIELY : É, pode ser, eu ia dizer chato, mas tudo bem
PAI: Filha, eu sei que exagero um pouco de vez em quando, mas vou tentar me policiar um pouco, mas pode ir se acostumando porque eu prefiro exagerar do que omitir.
MARIA GABRIELY : Tá bom, me perdoa por tudo por favor, eu vou tentar melhorar.
PAI: Tá perdoada, eu sei que é difícil entender, eu também já fui adolescente, mas não precisa me desobedecer, ficar me respondendo mal, não vai ser se rebelando que você vai conseguir liberdade, é bem melhor conversamos do que brigarmos.
MARIA GABRIELY : Tá certo, mas precisa ficar falando várias vezes a mesma coisa, toda a vez que vai me dar bronca?
PAI: Mas vocês não se mexem! A gente fala, fala e vocês fingem que não ouvem!
MARIA GABRIELY : Mas é que o senhor só pede coisa chata.
PAI: Mas necessárias.
MARIA GABRIELY : Mas custa falar menos?
PAI: E custa fazer mais?
MARIA GABRIELY : Tá, eu vou tentar fazer mais.
PAI: E eu falar menos.
Os dois: Vai ser difícil (risos).
MARIA GABRIELY : Semana que vem tem congresso, o senhor vai né?
PAI: Claro! Mas agora vamos indo porque se não a gente se atrasa.
(os dois se abraçam)
MARIA GABRIELY : Feliz dia dos pais, fiquei feliz de ter feito as pazes com o senhor.
PAI: Obrigado, eu também fiquei feliz.
MARIA GABRIELY : Pai, e o Thiago?
PAI: Nem toca nesse nome porque me dá calafrio.
MARIA GABRIELY : Ah pai, mas ele é tão fofo.
PAI: Você tá muito nova para namorar.
MARIA GABRIELY : E quando vou poder? Mês que vêm?
PAI: Imagina, só daqui uns 10 anos.
MARIA GABRIELY : Dez anos? Ah não, vamos negociar, um ano e meio.
PAI: Não, oito anos e tô sendo legal demais.
MARIA GABRIELY : Ah, que tal dois anos...
FIM

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